domingo, 5 de outubro de 2008

O Ponto de Vista da Complexidade no Projeto Ergonômico

Autora: Maria Cristina Palmer Lima Zamberlan

A questão da complexidade pode ser abordada sob a ótica do projeto de ambientes e artefatos de trabalho, trazendo para esta atividade de concepção suas indagações e suas posturas básicas, especificamente no que tange à oposição entre uma inteligibilidade simplificadora e típica do pensamento clássico, a que já aludimos anteriormente, e uma inteligibilidade complexa, que denota a postura construtivista a que nos dispomos a argumentar em prol.
Texto na integra ver site:

http://www.ergonomia.com.br/htm/complexidade.htm

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

ERGONOMIA – DEFINIÇÕES

"Definição Oficial:

"A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e seus meios, métodos e espaço de trabalho. Seu objetivo é elaborar, mediante a contribuição de diversas disciplinas científicas que a compõem, um corpo de conhecimentos que, dentro de uma perspectiva de aplicação, deve resultar numa melhor adaptação ao homem dos meios tecnológicos e dos ambientes de trabalho e de vida" (Congresso Internacional de Ergonomia, 1969).
"Ergonomia (ou human factors) é a disciplina científica que trata de entender as interações em humanos e outros elementos de um sistema; é a profissão que aplica teoria, princípios, dados e métodos para projetar de modo a otimizar o bem-estar humano e a performance total do sistema". (Conselho Executivo da IEA, 2000).


Os autores americanos:


"Minha definição é que: Ergonomia ou "human factors" é um corpo de conhecimentos sobre as habilidades humanas, limitações humanas e outras características humanas que são relevantes para o design.

"Eu defino o que fazemos desta maneira: design ergonômico ou "human factors engineering" é a aplicação da informação ergonômica ao design de ferramentas, máquinas, sistemas, tarefas, trabalhos e ambientes para o uso humano seguro, confortável e efetivo.
"A palavra significante nestas definições é design, porque ela nos separa de disciplinas puramente acadêmicas como antropologia, fisiologia e psicologia. Nós estudamos as pessoas, mas nós as estudamos não por querer meramente adicionar à nossa coleção de informações básicas. Nós estudamos as pessoas em circunstâncias especiais por que nosso objetivo é aplicar o que sabemos ou o que descobrimos ao design de coisas práticas - de coisas que temos que fazer ou temos que usar por causa de nossas ocupações, ou coisas que queremos fazer ou queremos usar por causa de nossas inclinações." (Chapanis, 1995).


"Um modo de definir, ou de outra maneira entender a natureza de qualquer campo da ciência e da prática é percebendo a natureza da sua tecnologia. Eu propus que a única tecnologia da ergonomia é a tecnologia da interface humano-sistema. A ergonomia como ciência trata de desenvolver conhecimentos sobre as capacidades, limites e outras características do desempenho humano, a medida que elas se relacionam com o projeto de interfaces, entre pessoas e outros componentes do sistema. Como prática, a ergonomia compreende a aplicação da tecnologia da interface humano-sistema ao projeto ou modificações do sistema para aumentar a segurança, conforto e eficiência do sistema e da qualidade de vida.

(...) "No momento, esta tecnologia possui pelo menos quatro componentes principais identificáveis, que do mais antigo ao mais recente, são os seguintes: tecnologia da interface humano-máquina ou ergonomia de "hardware"; (...) tecnologia da interface humano-ambiente ou ergonomia ambiental; (...) tecnologia da interface humano-sistema ou ergonomia de "software"; (...) e tecnologia da interface organização-máquina ou macroergonomia."(Hendrick, 1993)."A Ergonomia, também conhecida como human factors (fatores humanos - Estados Unidos, Canadá, México), é uma disciplina científica que trata da interação entre os homens e a tecnologia. A Ergonomia integra o conhecimento proveniente das ciências humanas para adaptar tarefas, sistemas produtos e ambientes às habilidades e limitações físicas e mentais das Pessoas."(Karwowski, 1996).

"O aspecto singular que particulariza a Ergonomia - e que faz dela uma disciplina específica - é a interseção do domínio comportamental com a tecnologia física, principalmente o design de equipamentos. Eu sei de muitos especialistas em Ergonomia que a consideram como uma forma de psicologia, mas eu contesto esta assunção veementemente - ela deslegitima a Ergonomia. A psicologia não trata da tecnologia, a engenharia não se interessa pelo comportamento humano, a não ser quando a Ergonomia exige. O foco principal da Ergonomia é o desenvolvimento de sistemas, que é a tradução dos princípios comportamentais para o design de sistemas físicos." (Meister, 1996).


Os autores ingleses:


"Pode-se definir Ergonomia como o estudo das habilidades e características humanas que afetam o design de equipamentos, sistemas e trabalhos. Ela é uma atividade interdisciplinar com base na engenharia, psicologia, anatomia, fisiologia, e estudos organizacionais. Seu objetivo é melhorar a eficiência, a segurança e o bem-estar do operador". (Corllet & Clark, 1995).

"Para muitas pessoas a ergonomia é um conceito, uma idéia. É uma maneira de olhar o mundo, de pensar sobre as pessoas e como elas interagem com todos os aspectos do seu ambiente, seus equipamentos e sua situação de trabalho. A Ergonomia tem como foco central a proposição que desde que as pessoas habitaram este mundo muito antes das máquinas (na verdades, as pessoas inventaram as máquinas) e desde que desejamos que nossa interação com nosso ambiente seja, efetiva é fundamental que nós nos mantenhamos no total controle das operações do sistema no qual trabalhamos. Para garantir este resultado e para assegurar ótima interação, as "máquinas" e o ambiente de trabalho no qual elas operam devem ser projetados para se adaptar aos pensamentos, desejos e habilidades das pessoas". (Oborne, 1995).

"As pessoas definem ergonomia de diversas maneiras. Provavelmente o mais simples: Ergonomia é o estudo científico do trabalho humano.
"A palavra 'trabalho' pode ser usada em sentido amplo e restrito. No sentido estrito ela se refere às coisas que fazemos para ganhos econômicos - ou seja, para ganhar a vida. (...) Mas, em sentido, amplo 'trabalho' se refere a quase todas as espécies de atividades humanas, que envolvem um propósito ou esforço. (...) A ciência da Ergonomia lida com o trabalho no sentido amplo, embora o trabalho em sentido estrito tenha sido fundamental para o seu desenvolvimento.
"(...) O trabalho geralmente envolve o uso de máquinas ou ferramentas. (...) De algum modo faz mais sentido definir ergonomia em termos do seu papel no processo de design. Tende-se, assim, a refletir mais acuradamente o que os ergonomistas profissionais realmente fazem. A Ergonomia é a aplicação da informação científica relativa ao ser humano ao design de objetos, sistemas, e ambiente para uso humano. Quando um objeto é projetado para uso humano ele deve necessariamente ser usado com algum propósito. Este propósito pode (em sentido amplo) ser chamado trabalho. "Os dois enfoques da ergonomia podem ser sintetizados na seguinte frase, que é mais um "slogan do que uma definição: A Ergonomia é a ciência de adequar o trabalhos aos trabalhadores e os produtos aos usuários". Uma ação efetiva da ergonomia é aquela que otimiza: a eficiência no trabalho (performance, produtividade, etc,); saúde e segurança; conforto e usabilidade (fácil de usar)". (Pheasant, 1991).


"Ergonomia é atualmente um termo aceito em todo o mundo em relação a prática de aprender sobre as características humanas e, então, utilizar este entendimento para melhorar as interações das pessoas com as coisas que elas usam e com o ambiente no qual tal ocorre. Nos Estados Unidos, o termo equivalente foi "fatores humanos", mas ergonomistas em todos o mundo consideravam esta denominação como sinônimo de ergonomia e, mesmo nos Estados Unidos, sua sociedade profissional é agora conhecida como "Human Factors and Ergonomics Society". "Existem diferentes definições de Ergonomia, mas as diferenças relacionam-se mais com a determinação das fronteiras da ergonomia do que com discordâncias fundamentais de enfoque. (...) Uma definição relativamente compreensível é que ergonomia é aquele ramo da ciência e tecnologia que inclui o que é conhecido e teorizado sobre as características comportamentais e biológicas humanas que podem ser validamente aplicadas para especificação, design, avaliação, operação e manutenção de produtos e sistemas para aumentar a segurança, eficiência e uso satisfatório por indivíduos, grupos e organizações. Tal definição enfatiza a coleta de dados ou derivação (ciência) e aplicação (tecnologia), o input da ergonomia em relação a todos os aspectos do ciclo de vida de sistemas e a multiplicidade de objetivos que nós temos." (Wilson, 1995).


Os autores franceses:


"A Ergonomia é uma disciplina científica: seu objeto de estudo é o funcionamento do homem em atividade profissional. (...) A Ergonomia desenvolve pesquisas específicas, ela criou um conjunto de métodos, alguns emprestados de outras disciplinas, outros que lhe são próprios. A Ergonomia é uma disciplina técnica porque ela tem como objeto construir conhecimentos e organizá-los para aplicá-los à concepção dos meios de trabalho considerando os critérios de saúde, de desenvolvimento das capacidades dos trabalhadores e de produção. Esta aplicação destaca-se como uma arte, como a arte do engenheiro ou do médico, porque ele trata de colocar em jogo um conjunto de conhecimentos técnicos e práticos para produzir realizações particulares". (Laville, 1998).

"A definição de Ergonomia poderia ser simplesmente "ciência do trabalho". Uma ciência que não consideraria as fronteiras convencionais impostas pelas práticas da direção da empresa, às quais fazem eco os discursos dos especialistas. O engenheiro que concebe as máquinas, os organizadores que repartem as funções, o agente de organização e métodos que fixa os tempos e movimentos, o médico do trabalho preocupado com a higiene, o responsável pela segurança que só pensa em acidentes aqueles que tratam da qualidade preocupados com a fiabilidade humana, o diretor de pessoal que recruta e negocia as remunerações, os sindicalistas, que lutam contra os licenciamentos. Todos se ocupam do trabalho e do trabalhador, mas seus enfoques são parciais e talvez contraditórios: a segurança pode se opor à produtividade, uma organização muito restritiva pode impedir as iniciativas, e as qualificações contradizerem as competências...Uma ciência do trabalho digna deste nome deverá poder superar estas contradições". (de Montmollin, 1996).

"Esta é a razão por que também não propusemos uma definição normativa da ergonomia. Esta de fato não constitui um campo disciplinar homogêneo, estabelecido, onde os conteúdos e as fronteiras sejam objeto de um consenso majoritário (sabemos por exemplo: que as instituições universitárias francesas não reconhecem a ergonomia como uma disciplina). (...) Mas o território e as fronteiras não têm nada de definitivo. A ergonomia vive hoje uma crise de crescimento e se interroga sobre sua identidade. Até onde nós podemos ou devemos assumir o "mundo do trabalho".? (de Montmollin, 1997).

(...) "Esta a razão por que se prefere, aqui, Ergonomias (no plural). (...) Parece impossível definir a ergonomia no singular, como se faz com as disciplinas cuja historia determinou fronteiras maioritariamente reconhecidas, como a física, a psicologia ou a sociologia. O plural é, no entanto, modesto: pretende-se distinguir, na história, como nos conceitos e práticas, dois principais conjuntos de ergonomias, que se referem a dois grandes modelos, ou quadros teóricos gerais. O primeiro corresponde à ergonomia clássica, mundialmente majoritária, liderada pelos americanos e britânicos, que qualificaremos como centrado no componente humano dos sistemas homem-máquina. O segundo, antes isolado sobretudo, nos países francófonos (França, Bélgica, Quebec), mas que felizmente tende a se universalizar, que qualificaremos como a ergonomia centrada na atividade humana e, mais precisamente, atividade situada. Estas duas grandes correntes não estão em oposição (mesmo se talvez os ergonomistas que as representam estão...), mas se complementam. Esta dicotomia entre a duas principais famílias de ergonomias repousa sobre os quadros teóricos, os modelos e os métodos diferentes.
(...) Hoje, são sobretudo, mas não exclusivamente, as atividades ditas cognitivas que são estudadas (a ergonomia cognitiva se constitui assim como uma certa autonomia). Quer dizer, para ser rápido, as atividades onde o essencial é constituído pela compreensão, pelo operador, de situações às quais ele dá uma significação. As situações que comportam quase sempre uma dimensão coletiva". (de Montmollin, 1997).


"A Ergonomia é uma disciplina científica um pouco especial. Ela é constituída por várias disciplinas, mais exatamente por partes de disciplinas, que concorrem para o conhecimento científico de homem no trabalho, sobre os diversos aspectos fisiológicos, psicológicos, sociológicos e médicos do trabalho humano. Este conhecimento científico visa um objetivo prático que condiciona e justifica a própria existência da Ergonomia: a adaptação do trabalho ao homem. Não é suficiente estudar o trabalho humano para que o estudo possa ser qualificado de ergonômico. É necessário que o objetivo do estudo seja explicitamente a adaptação do trabalho às diversas características dos homens que trabalham numa determinada situação, ou seja o arranjo concreto de utensílios, de postos de trabalho e de sistemas homens-máquinas, do ambiente e da organização do trabalho, assim como de todas as mediações técnicas utilizadas. Sob este aspecto, a ergonomia é função de engenheiros e de técnicos tanto quanto de pesquisadores científicos. Ela trata diretamente do conteúdo e das condições de trabalho de todos os trabalhadores, seja qual for o trabalho, com predominância física ou intelectual". (Sperandio, 1988).

"A Ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos relativos ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados como o máximo de conforto, segurança e eficácia. A prática ergonômica é uma arte (como se diz da arte médica e da arte do engenheiro) que utiliza técnicas e se baseia em conhecimentos científicos". (Wisner, 1987).


Definição do LEUI: Laboratório de Ergonomia e Usabilidade de Interfaces em Sistemas Humano-Tecnologia – PUC – Rio


Concordando com Bunge (1969) não há porque considerar tecnologia como algo menos importante, Não é necessário afirmar que Ergonomia é uma ciência para valorizá-la. Segundo Moraes, a ergonomia é uma tecnologia projetual - ela visa não só o estudo mas, a mudança.
Como uma tecnologia substantiva, a ergonomia utiliza os resultados de pesquisas descritivas e experimentais de fisiologia, psicologia, biomecânica como bases empíricas para o design de máquinas, equipamentos, documentos, interfaces, software, ambientes, tarefas, organização do trabalho, programas instrucionais, seguros, confortáveis e fáceis de usar. Como uma teoria tecnológica operativa, a ação ergonômica objetiva resolver problemas na interface humano-tecnologia, usando métodos científicos da sociologia, da psicologia, da antropologia, da abordagem sistêmica e da própria ergonomia. Finalmente, deve-se enfatizar que a Ergonomia tem como foco principal O HUMANO, como um ser integral, o que significa recuperar o sentido antropológico do trabalho, produzindo conhecimento para desalienação do trabalho, para mudar e transformar o mundo".

"Human Factors sempre foi desafiadora, frustrante algumas vezes, gratificante em outros momentos, mas nunca insípida. Eu posso honestamente afirmar, como retrospecto, que eu tive uma vida plena - uma vida excitante - e que eu gostei de falar às pessoas sobre a ergonomia, educando estudantes e outros para continuar, quando eu tiver que sair, e lutando corpo a corpo com os problemas, tentando fazer nosso mundo material mais seguro, mais confortável, e fácil de enfrentar". (Chapanis)."


Fonte: http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/leui/leui.html

Roteiro Básico de Projeto de Pesquisa

1. Identificação
1.1 Título
1.2 Autor
1.3 Instituição
1.4 Local e data

2. Tema


3. Problema

4. Justificativa

5. Objetivos

5.1 Objetivos Gerais
5.2 Objetivos Específicos


6. Hipótese

7. Metodologia

8. População

9. Instrumentos de coleta de dados

10. Procedimentos

11. Análise dos dados

12. Cronograma

13. Referências

14. Anexos



COMO PROCEDER A INVESTIGAÇÃO

1. Escolha do assunto

1.1 Seleção
Selecionar um assunto significa fixar-se naquele que merece prioridade, escolhido segundo o gosto, relevância e interesse do pesquisador. É necessário criar critérios de seleção. Dentre eles podemos citar:
· Existe material bibliográfico suficiente e disponível a pesquisa?
· Qual a possibilidade de tempo disponível?
· O assunto já foi exaustivamente pesquisado?
· O assunto possui problemas relevantes?
· O assunto é pertinente ao design?

1.2 Delimitação
È importante superar a tendência de escolher temas que por sua extensão e complexidade, não permitam a profundidade. Feita a escolha do assunto, passa-se a fixar a extensão do mesmo.
Delimitar o assunto é selecionar um tópico ou parte a ser focalizada, ou seja, o tema a ser pesquisado e desenvolvido.
Assim, podem-se fixar circunstâncias, sobretudo de tempo e espaço: trata-se de indicar o quadro histórico e geográfico, em cujos limites se localizam o assunto.

2. Formulação de Problemas
Escolhido o assunto e delimitado o seu campo, a fase seguinte é a transformação do tema em problema.
Problema é uma questão que envolve uma dificuldade teórica ou prática, para a qual se deve encontrar uma solução.
A primeira etapa da pesquisa é a formulação do problema ou formulação de perguntas. As perguntas variam, partindo-se da observação de um fato ou de uma série de fatos.
As perguntas devem ser enunciadas no sentido que haja a possibilidade de resposta através da pesquisa.
Formular o problema consiste em dizer, de maneira explicita, clara, qual a dificuldade com a qual nos defrontamos e pretendemos resolver, limitando o seu campo e apresentando suas características.

3. Justificativa
É a defesa de seu projeto. Nela são apresentados argumentos da origem e importância do problema, atualidade, relevância e ainda porque estuda-la.

4. Objetivos
È o ponto de chegada, a meta final. O que pretende o pesquisador no desenvolvimento do problema. É a contribuição que o projeto quer dar ao conhecimento daquele tema.

5. Hipótese
È uma suposição que se faz na tentativa de explicar o problema. Esta suposição tem um caráter de ser provisória, devendo portanto, ser testada para verificação de sua validade.
A hipótese da pesquisa é uma suposição objetiva e não uma mera opinião. Além disso, precisa ter bases sólidas, assentadas por teorias e matérias primas com fundamento científico.
Assim, quando se enunciam hipóteses para uma pesquisa, deve-se ter diante dos olhos uma dupla função: dar explicações provisórias e ao mesmo tempo servir de guia na busca de informações para verificar a validade destas explicações.

6. População
Descrição da população ou objetos a serem estudados, apresentando suas características principais.

7. Metodologia
Modo de obtenção dos dados que sustentarão a pesquisa. Podemos citar como exemplo: ler, fichar, redigir, elaborar maquetes, protótipos, entrevistas, visitas, etc.

8. Instrumentos de coleta de dados
Descrição dos instrumentos a serem utilizados de coleta de dados e justificativa de sua utilização.
Esta fase destina-se ao levantamento de material necessário para a investigação. Podem ser utilizadas diversas fontes de pesquisa como: levantamento bibliográfico (livros, periódicos, folhetos, catálogos, internet, documentos), fotográfico, filmes, desenhos, pesquisa de campo, entrevistas, questionários, etc.

9. Procedimentos
Explicitação da maneira como serão utilizados os instrumentos de coleta de dados, aproximação e abordagem da população.

10. Análise de dados
Definição objetiva da maneira pela qual os dados serão organizados e trabalhados.

11. Cronograma
Definição de tempo para cada etapa de trabalho.


PONTOS FUNDAMENTATIS DE UM PROJETO DE PESQUISA


O que fazer? (formulação do problema e do enunciado das hipóteses)

1.1 Formular o problem


1.2 Enunciar as hipóteses

1.3 Estabelecer as bases teóricas, isto é, a relação existente entre a teoria, a formulação do problema e o enunciado das hipóteses (por que e de que modo a formulação do problema e do enunciado das hipóteses se refere à teoria?)

Por Quê? Para Quem? (planos dos objetivos e da justificativa e para quem fazer?)

2.1 Por Quê? (justificativa da pesquisa)


2.1.1 Motivos de ordem teórica
2.1.2 Motivos de ordem prática

2.2 Para Que? (objetivos gerais da pesquisa)
Definir de modo geral, o que se pretende alcançar com a execução da pesquisa, uma visão global e abrangente


2.3 Para Quem? (objetivos específicos da pesquisa)
Fazer a aplicação dos objetivos gerais a situações particulares

Onde Fazer? Como? Com Quem? Quanto? Quando?

3.1 Onde? Como? (Campo de observação)


3.1.1 Local. Unidades de observação relevantes para a pesquisa.
(área geográfica em que será realizado o projeto)

3.1.2 Descrever campo (população) de observação.
3.1.3 População e suas características

3.2 Com Quê?

3.2.1 Descrever o instrumento de pesquisa que vai ser usado

3.3 Quanto?
3.3.1Como os dados obtidos serão codificados


3.4 Quando? (Cronograma)
Definir o tempo necessário para executar o projeto, para a realização de cada etapa.

_________________________________

Roteiros organizados para a disciplina Trabalho Interdisciplinar I. Curso de Design da Universidade Católica de Goiás
Professora: Simone Borges
Segundo semestre - 2004

O que é um problema de pesquisa

"Definindo os objetivos do trabalho


Definição de Problema


Toda pesquisa se inicia com algum tipo de problema ou indagação. Entretanto, ao se afirmar isto, torna-se conveniente esclarecer o significado desse termo. Uma acepção bastante corrente identifica problema com questão, o que dá margem a uma série de desencontros e equívocos sobre a natureza dos problemas verdadeiros e dos falsos problemas. Outra acepção identifica problema como algo que provoca desequilíbrio, mal-estar, constrangimento às pessoas. Contudo, na acepção científica, problema é qualquer situação não solvida e que é objeto de dicussão, em qualquer domínio do conhecimento.

Quando se trata de conceituar o que é um problema de pesquisa, é preciso levar em conta de antemão que nem todo problema é passível de tratamento científico. Isto significa que, para realizar uma pesquisa é necessário, em primeiro lugar, verificar se o problema cogitado se enquadra na categoria de científico.

Um problema é de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser testadas, observadas, manipuladas.

Um problema de pesquisa pode ser determinado por razões de ordem prática ou de ordem intelectual.

São inúmeras as razões de ordem prática e intelectual que conduzem à formulação de problemas de pesquisa. Apenas com o objetivo de ilustrar o universo de possibildades que pode se descortinar em relação a este tema, apresenta-se abaixo algumas definições e exemplos de problemas de ordem prática e de ordem intelectual.

Problemas de ordem prática

Direcionados para respostas que ajudem a subsidiar ações.
Exemplo: empresa do ramo de cosméticos deseja saber o perfil de seus consumidores, com vistas a lançamento de um novo produto.
Direcionados para a avaliação de certas ações ou programas.
Exemplo: efeito de uma determinada campanha de esclarecimento sobre os perigos do cólera.

Direcionados a verificar as consqüências de várias alternativas possíveis.
Exemplo: professor está interessado em identificar que sistema de aula seria o mais adequado para determinada disciplina.

Direcionados à predição de acontecimentos, com vistas a planejar uma ação adequada.
Exemplo: Petrobrás está interessada em verificar em que medida a construção de uma planta de gasolina poderá concorrer para a deterioração ambiental de uma determinada área.

É possível ainda considerar como problemas de interesse prático, embora mais próximos dos problemas de interesse intelectual, aqueles referentes a muitas pesquisas que são realizadas no âmbito dos cursos universitários de graduação. Esses problemas servem, normalmente, para um treinamento do aluno na elaboração de projetos de pesquisa.

Problemas de ordem intelectual

Direcionados para a exploração de um objeto pouco conhecido.
Exemplo: o Design Social na PUC-Rio

Direcionados para áreas já exploradas, com o objetivo de determinar com maior precisão e apuro as condições em que certos fenômenos ocorrem e como podem ser influenciados por outros.
Exemplo: a violência nos grandes centros urbanos.

Direcionados para a testagem de alguma teoria específica.
Exemplo: pesquisador, a partir de um grupo de crianças de faixa etária entre 0 a 14 anos, dispõe-se a verificar até que ponto a teoria piagetiana sobre os estádios de desenvolvimento infantil pode ser ou não comprovada.

Direcionados para descrição de um determinado fenômeno.
Exemplo: traçar o perfil dos alunos do Departamento de Artes da PUC-Rio.

Como formular um problema de pesquisa

Formular um problema científico não constitui uma tarefa fácil e, por isso, o treinamento desempenha um papel fundamental nesse processo.
Por estar estreitamente vinculado ao processo criativo, a formulação de problemas não se faz mediante a observação de procedimentos rígidos e sistemáticos. Contudo, existem algumas condições que facilitam essa tarefa, tais como:

Imersão sistemática no objeto;
Estudo da literatura existente e discussão com pessoas que já tenham experiência prática no campo de estudo em questão.

A experiência acumulada dos pesquisadores possibilita ainda o desenvolvimento de
certas regras práticas para a formulação de problemas científicos. Entretanto, vale ressaltar que, em alguns casos, o problema proposto não se adequa a essas regras. Isto não significa, porém, que ele deva ser abandonado. Muitas vezes, o melhor será proceder à sua reformulação ou esclarecimento.

O problema deve ser formulado como pergunta
Esta é a maneira mais fácil e direta de formular um problema e contribui substancialmente para delimitarmos o que é o tema da pesquisa e o problema da pesquisa. Tomemos por exemplo uma pesquisa sobre a disciplina de Questão Metodológica. Se eu disser que vou pesquisar sobre esta disciplina, pouco estarei dizendo (este é, provavelmente o meu tema). Mas, se propuser: "que fatores provocam o sono nas aulas de Questão Metodológica?" ou "quais as características dos alunos que frequentam a disciplina de Questão Metodológica?", estarei efetivamente propondo problemas de pesquisa.

O problema deve ser claro e preciso
O problema não pode ser solucionado se não for apresentado de maneira clara e precisa. Com freqüência, problemas apresentados de forma desestruturada e com erros de formulação acarretam em dificuldades para resolvê-los.
Por exemplo, "como funciona a mente do designer?". Este problema está inadequadamente proposto orque não está claro a que se refere. Para solucionar o impasse, deve-se partir para uma das muitas e possíveis reformulações à pergunta inicial: "Que mecanismos psicológicos podem ser identificados no processo de projetar, vivido pelo designer?". etc.
Pode ocorrer também que algumas formulações apresentem termos definidos de forma não adequada, o que torna o problema carente de clareza. Seja, por exemplo, "A abelha possui inteligência?". A resposta a esta questão depende de como se define inteligência. Muitos problemas deste tipo não são passíveis de solução porque empregam termos retirados da linguagem cotidiana que, em muitos casos, são ambíguos.

O problema não deve ter base exclusivamente empírica
Os problemas científicos não devem referir-se a valores, percepções pessoais, mas a fatos empíricos.. É bastante complexo investigar certos problemas que já trazem em si uma carga muito grande de juízos de valor. Por exemplo, "a mulher deve realizar tarefas tipicamente masculinas?" ou "é aceitável o casamento entre homosexuais?". Estes problemas conduzem inevitavelmente a julgamentos morais e, conseqüentemente, a considerações subjetivas, invalidando os propósitos da investigação científica, que tem a objetividade como uma das mais importantes características.

O problema deve ser suscetível de solução
Um problema pode ser claro, preciso e referir-se a conceitos empíricos mas, se não for possível coletar os dados necessários à sua resolução, ele torna-se inviável. Por Exemplo, "ligando-se um winchester de um computador à memória de um homem, é possível realizar transferência de dados?". Esta pergunta só poderá ser respondida qunado a tecnologia neurofisiológica progredir a ponto de possibilitar a obtenção de dados relevantes.
Para formular adequadamente um problema é preciso ter o domínio da tecnologia adequada à sua solução.

O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável
Em muitas pesquisas, o problema tende a ser formulado em termos muito amplos, requerendo algum tipo de delimitação. Por exemplo, "o que pensam os designers?". Para começar, seria necessário delimitar o universo dos designers: homens, mulheres; jovens, idosos; de produto, gráficos; etc. Seria necessário ainda delimitar o "que pensam", já que isto envolve muitos aspectos, tais como: percepção, religião, sociais, econômicos, políticos, psicológicos, profissionais etc.
A delimitação do problema guarda estreita relação com os meios disponíveis para investigação. Por exemplo, um pesquisador poderia pesquisar o que pensam os designers cariocas sobre a sua profissão, mas não poderia pesquisar todos e tudo que os designers pensam sobre todas as coisas.

Definição de Objetivos

A especificação do objetivo de uma pesquisa responde às questões para quê? e para quem?
Os objetivos de um trabalho englobam as seguintes partes:

Tema
É o assunto que se deseja pesquisar ou desenvolver. Pode surgir de uma dificuldade prática enfrentada pelo pesquisador, de sua curiosidade científica, de desafios encontrados na leitura de outros trabalhos ou da própria teoria etc. O tema também pode ter sido "encomendado" por instituições, grupos socias etc, o que não lhe tira o caráter científico.

Delimitação do Tema
Dotado necessariamente de um sujeito e de um objeto, o tema passa por um processo de especificação. O processo de delimitação do tema só é dado como concluído qunado se faz a limitação geográfica e espacial do mesmo, com vistas à realização da pesquisa.

Objetivo Geral
Está relacionado a uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das idéias estudadas. Vincula-se diretamente à própria significação da tese proposta pelo projeto.

Objetivos específicos
Apresentam caráter mais concreto. Têm função intermediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a situações particulares.

Referência Bibliográfica

GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo:
Editora Atlas, 1988.

LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia
do Trabalho Científico. São Paulo: Atlas Editora, 1990.

BOMFIM, G. et allii. Fundamentos de uma Metodologia para Desenvolvimento de
Produtos. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, Programa de Engenharia de Produção, 1977.
BONSIEPE, Gui et allii. Metodologia Experimental: Desenho Industrial. Brasília:
CNPq/Coordenação Editorial, 1984.

BONSIEPE, Gui. Vivissecação do Desenho Industrial. (tradução de Nicolau A.
Guida Neto, Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ, Departamento de Produto, s/d).

COUTO, Rita Maria de Souza. O Ensino da Disciplina de Projeto Básico Sob o
Enfoque do Design Social. Rio de Janeiro: Departamento de Educação - PUC-Rio,
1991.



Algumas reflexões

Pesquisadores do comportamento, tanto animal como humano, concordam em interpretar um problema ou uma situação problemática como situação de estímulo negativo, de privação, de conflito. A este respeito o psicólogo Skinner diz que na verdadeira situação problemática o organismo não dispõe imediatamente de um comportamento que diminua a privação ou ofereça uma possibilidade de saída para o estímulo negativo.

Dermeval Saviani, educador e filósofo, preocupado com a questão dos significados da palavra problema, analisou os seus significados mais frequentes, tais como: questão, obstáculo, mistério, dificuldade, dúvida, coisa de difícil explicação, entre outros. Diz o autor que, apesar do desgaste determinado pelo uso excessivo do termo, a palavra problema possui um sentido profundamente vital e altamente dramático para a existência humana, pois indica uma situação de desarmonia. O conceito de problema implica tanto a conscientização de uma situação de necessidade, o aspecto subjetivo, como uma situação conscientizadora da necessidade, o aspecto objetivo.

Saviani lembra que o homem, no processo de produção da sua própria existência, enfrenta necessidades de cuja satisfação depende a continuidade mesma da existência. Este conceito de necessidade é fundamental para se entender o significado primordial da palavra problema. A essência do problema é, pois, a necessidade.

Diante do exposto, acredito que uma boa maneira de resolver o problema da palavra "problema" é definir adequadamente o seu conceito, como o fez Saviani. É levar o assunto para discussão em sala de aula e fazer com que o aluno entenda a verdadeira natureza da situação que se denomina "problema" e da importância de superá-la para satisfazer uma necessidade.

É típico de uma situação problemática que o indivíduo deseje um resultado que não sabe ainda como conseguir. A verdadeira problematicidade está em não conhecer perfeitamente como deveria proceder.

A grande variedade dos tipos de problema pode ser ordenada com o auxílio do critério: bem definido ou mal definido. Um problema está bem definido ou estruturado quando as variáveis que o compõe estão fechadas. Está mal definido quando as suas variáves estão abertas. Reitman (In Bonfim,1977) propôs dividir o problema em três fases: estados iniciais; estados finais e processos de transformação dos primeiros nos últimos. A metodologia se refere precisamente a esses porcessos de transformação.

Os estados iniciais e finais podem ser mais ou menos definidos, isto é, as possibilidades de escolha com respeito às finalidades e aos meios podem ser mais ou menos grandes. Daremos alguns exemplos condicionantes (materiais, processos, preços), incluindo uma estimativa de tempo para as diversas etapas e dos recursos humanos necessários.

1.6. Operação: SUBDIVIDIR O PROBLEMA EM SUB-PROBLEMA
Procurar "pacotes" identificáveis de problemas que sejam relativamente independentes entre si. Estabelecer uma árvore de funções, isto é, uma divisão visualizada de funções.
Desmontar um problema nos seus componentes siginifica descobrir os seus sub-problemas. Cada sub-problema tem uma solução ótima que pode porém contrastar com outras soluções de outros sub-problemas.

1.7. Operação: HIERARQUIZAR OS SUB-PROBLEMAS
Procurar funções chaves ou nevrálgicas. Estabelecer uma matriz de interação entre sub-sistemas. Analisar a mútua dependência.
A valorização do "peso" ou matriz de interação serve para estabelecer prioridades no atendimento dos requisitos. Quase sempre os requisitos são antagônicos (a otimização de um fator implica a subotimização de outro fator). A interação dos fatores pode ser representada em forma de matrizes, indicando uma interação positiva, neutra ou negativa.

1.8. Operação: ANALISAR SOLUÇÕES EXISTENTES
Comparar soluções com respeito às suas vantagens e desvantagens. Estabelecer uma tipologia de soluções existentes. avaliá-las segundo uma lista de critérios, como por exemplo: complexidade, custos, fabricação, segurança, precisão, factibilidade técnica, confiabilidade etc."


Fonte: http://www.puc-rio.br/sobrepuc/depto/dad/lpd/download/problemaeobjetivos.rtf

A PRÁTICA DO LAZER (1)

Considerações Preliminares


Com o passar do tempo
surge a vontade
de sonhar
o dia todo
com o anoitecer,
a semana toda
com a sexta-feira,
o ano todo com as férias
com uma vida
que não seja apenas
uma metade de vida.
[2]
P. E. Stössl

1. ATIVIDADES HUMANAS DE MODO GERAL

O homem se realiza e realiza várias atividades em sua vida, organizadas segundo a cultura de seu lugar no mundo. Procura encontrar um equilíbrio entre suas obrigações de sobrevivência e suas vontades, necessidades de descanso e lazer.
Segundo a psicologia todo ser humano se vê entre necessidades contraditórias, tais como:

Trabalho - Descanso
Vigília - Sono
Esforço - Repouso
Receitas - Despesas
Profissão - Família
Liberdade - Obrigações
Risco - Segurança


Essas necessidades podem ser classificadas em quatro grupos de atividades:

Atividades pessoais: sono, alimentação e higiene;
Obrigações profissionais: trabalho, transporte correspondente;
Obrigações familiares: cuidar da casa, dos filhos, das compras, pagamento de contas, e transporte correspondente;
Tempo Livre: vida socioreligiosa, sociopolítica, lazer associado à mídia e outras formas de lazer, e transporte correspondente.


2. AS PRÁTICAS DE LAZER

O lazer pode ser classificado em: entreterimento, lazer físico-esportivo, artístico, intelectual e turístico.
A prática do lazer pode acontecer no espaço doméstico ou fora dele. Existe uma predominância da casa como espaço de lazer, em conseqüência, o tempo livre despendido fora de casa com atividades de passeios, viagens etc. é menor.

2.1 Dentro de Casa

Várias atividades de lazer podem ser exercidas dentro do espaço doméstico, dentre elas podemos citar:

Mídias (TV, rádio/som/jornais/revistas/livros/internet, videogame);
Conversar;
Escrever;
Jardinagem;
Bricolagem;
Decoração da casa;
Criação de animais;
Cozinhar;
Ginástica;
Esporte;
Consertos domésticos;
Receber amigos.

2.2 Fora de Casa

A sociedade moderna oferece inúmeras possibilidades de lazer extradoméstico.
O lazer pode estar na esfera da recreação pública (centros culturais, parques urbanos, etc.) da recreação privada (academias, casas noturnas etc.), da hotelaria, da escolar (acampamentos, day-camps etc.) etc.
Sair de casa para se divertir, descansar, comer, viajar etc., leva o indivíduo a uma mudança de paisagem e de ritmo de vida. Entre as várias possibilidades podemos citar:

Teatro;
Cinema;
Prática de Esportes;
Prática de Esportes Radicais;
Academia de Ginástica;
Dança;
Viagens;
Viagens de Eco-Turismo;
Festas e Eventos;
Feiras;
Clubes;
Centros Culturais;
Bares;
Restaurantes;
Boates;
Danceterias;
Parques;
Museus, galerias e/ou exposição de arte;
Shows;
Shopping Centers;
SPA;
Resorts;


3. Acesso ao Lazer

O acesso e a prática de lazer acontece de diferentes formas considerando as questões socioeconômicas e socioculturais. Assim, dependendo da faixa etária, sexo, renda, escolaridade e local de moradia o tipo e a forma de atividade de lazer vai se diversificar e se diferenciar.
Do ponto de vista social, esses diversos fatores contribuem para a segregação de públicos no acesso ao lazer. A baixa renda veda o acesso da população às práticas culturais de lazer “mais nobres”. Isso vale, por exemplo, para: concertos de música erudita, ópera, a prática de golfe, esgrima, pólo, atividades que exigem um investimento cultural, econômico além do simples entretenimento. A valorização publicitária de certos modelos de lazer, inacessíveis à grande maioria da população, nos revela possibilidades de estudo, articulação e intervenção para contribuir no encaminhamento de soluções.
O Design, nesse sentido, pode ser um elemento catalisador de novas propostas, desenvolvendo produtos que possam atender as necessidades da população em função de uma vida melhor.


[1] Este texto foi organizado pela Professora: Simone Borges
Curso de Design da Universidade Católica de Goiás – 2005/1
Consiste em uma síntese de partes de dois livros de onde todos os dados foram retirados –
Como aprender turismo e como ensinar (São Paulo: SENAC, 2001).
Sociologia do Turismo (São Paulo: Alepi, 2000).


[2] Em: Lesebuch 4. Frizeit e outros, Editora (Munique: Timm, 1973)

A Disciplina Ergonomia

"Em agosto de 2000, a IEA - Associação Internacional de Ergonomia adotou a definição oficial apresentada a seguir.

A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema.

Os ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas.


Domínios de especialização da Ergonomia

A palavra Ergonomia deriva do grego Ergon [trabalho] e nomos [normas, regras, leis]. Trata-se de uma disciplina orientada para uma abordagem sistêmica de todos os aspectos da atividade humana. Para darem conta da amplitude dessa dimensão e poderem intervir nas atividades do trabalho é preciso que os ergonomistas tenham uma abordagem holística de todo o campo de ação da disciplina, tanto em seus aspectos físicos e cognitivos, como sociais, organizacionais, ambientais, etc. Freqüentemente esses profissionais intervêm em setores particulares da economia ou em domínios de aplicação específicos. Esses últimos caracterizam-se por sua constante mutação, com a criação de novos domínios de aplicação ou do aperfeiçoamento de outros mais antigos.


De maneira geral, os domínios de especialização da ergonomia são:

Ergonomia física: está relacionada com às características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade física. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde.

Ergonomia cognitiva: refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress e treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas.

Ergonomia organizacional: concerne à otimização dos sistemas sóciotécnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações (CRM - domínio aeronáutico), projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, tele-trabalho e gestão da qualidade."

Fonte: http://www.abergo.org.br/oqueeergonomia.htm