quinta-feira, 2 de outubro de 2008

A PRÁTICA DO LAZER (1)

Considerações Preliminares


Com o passar do tempo
surge a vontade
de sonhar
o dia todo
com o anoitecer,
a semana toda
com a sexta-feira,
o ano todo com as férias
com uma vida
que não seja apenas
uma metade de vida.
[2]
P. E. Stössl

1. ATIVIDADES HUMANAS DE MODO GERAL

O homem se realiza e realiza várias atividades em sua vida, organizadas segundo a cultura de seu lugar no mundo. Procura encontrar um equilíbrio entre suas obrigações de sobrevivência e suas vontades, necessidades de descanso e lazer.
Segundo a psicologia todo ser humano se vê entre necessidades contraditórias, tais como:

Trabalho - Descanso
Vigília - Sono
Esforço - Repouso
Receitas - Despesas
Profissão - Família
Liberdade - Obrigações
Risco - Segurança


Essas necessidades podem ser classificadas em quatro grupos de atividades:

Atividades pessoais: sono, alimentação e higiene;
Obrigações profissionais: trabalho, transporte correspondente;
Obrigações familiares: cuidar da casa, dos filhos, das compras, pagamento de contas, e transporte correspondente;
Tempo Livre: vida socioreligiosa, sociopolítica, lazer associado à mídia e outras formas de lazer, e transporte correspondente.


2. AS PRÁTICAS DE LAZER

O lazer pode ser classificado em: entreterimento, lazer físico-esportivo, artístico, intelectual e turístico.
A prática do lazer pode acontecer no espaço doméstico ou fora dele. Existe uma predominância da casa como espaço de lazer, em conseqüência, o tempo livre despendido fora de casa com atividades de passeios, viagens etc. é menor.

2.1 Dentro de Casa

Várias atividades de lazer podem ser exercidas dentro do espaço doméstico, dentre elas podemos citar:

Mídias (TV, rádio/som/jornais/revistas/livros/internet, videogame);
Conversar;
Escrever;
Jardinagem;
Bricolagem;
Decoração da casa;
Criação de animais;
Cozinhar;
Ginástica;
Esporte;
Consertos domésticos;
Receber amigos.

2.2 Fora de Casa

A sociedade moderna oferece inúmeras possibilidades de lazer extradoméstico.
O lazer pode estar na esfera da recreação pública (centros culturais, parques urbanos, etc.) da recreação privada (academias, casas noturnas etc.), da hotelaria, da escolar (acampamentos, day-camps etc.) etc.
Sair de casa para se divertir, descansar, comer, viajar etc., leva o indivíduo a uma mudança de paisagem e de ritmo de vida. Entre as várias possibilidades podemos citar:

Teatro;
Cinema;
Prática de Esportes;
Prática de Esportes Radicais;
Academia de Ginástica;
Dança;
Viagens;
Viagens de Eco-Turismo;
Festas e Eventos;
Feiras;
Clubes;
Centros Culturais;
Bares;
Restaurantes;
Boates;
Danceterias;
Parques;
Museus, galerias e/ou exposição de arte;
Shows;
Shopping Centers;
SPA;
Resorts;


3. Acesso ao Lazer

O acesso e a prática de lazer acontece de diferentes formas considerando as questões socioeconômicas e socioculturais. Assim, dependendo da faixa etária, sexo, renda, escolaridade e local de moradia o tipo e a forma de atividade de lazer vai se diversificar e se diferenciar.
Do ponto de vista social, esses diversos fatores contribuem para a segregação de públicos no acesso ao lazer. A baixa renda veda o acesso da população às práticas culturais de lazer “mais nobres”. Isso vale, por exemplo, para: concertos de música erudita, ópera, a prática de golfe, esgrima, pólo, atividades que exigem um investimento cultural, econômico além do simples entretenimento. A valorização publicitária de certos modelos de lazer, inacessíveis à grande maioria da população, nos revela possibilidades de estudo, articulação e intervenção para contribuir no encaminhamento de soluções.
O Design, nesse sentido, pode ser um elemento catalisador de novas propostas, desenvolvendo produtos que possam atender as necessidades da população em função de uma vida melhor.


[1] Este texto foi organizado pela Professora: Simone Borges
Curso de Design da Universidade Católica de Goiás – 2005/1
Consiste em uma síntese de partes de dois livros de onde todos os dados foram retirados –
Como aprender turismo e como ensinar (São Paulo: SENAC, 2001).
Sociologia do Turismo (São Paulo: Alepi, 2000).


[2] Em: Lesebuch 4. Frizeit e outros, Editora (Munique: Timm, 1973)

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